segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Cyperaceae

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCyperaceae
Cyperus polystachyos
Cyperus polystachyos
Classificação científica
Reino:Plantae
Clado:Angiospermas
Clado:Monocotiledôneas
Clado:Comelinídeas
Ordem:Poales
Família:Cyperaceae
Juss. (1789)
Géneros
Ver texto.
Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Cyperaceae
Cyperaceae Juss. é uma família de monocotiledôneas Commelinídeas que pertence à ordem Poales. É uma família composta por ervas, em geral rizomatosas com caules triangulares em secção transversal, com frequência sem folhas acima da base. São plantas herbáceas podendo ser perenes e graminiformes. Possuem corpos silicosos de formato cônico característico, que a distinguem de todas as outras monocotiledôneas

Morfologia[editar | editar código-fonte]

Folhas[editar | editar código-fonte]

Apresentam folhas alternas, trísticas, com corpos silicosos cônicos; compostas de bainha e lâmina, bainha fechada, lâmina simples, inteira e diminutamente serreada com venação paralela, lineares, achatadas; estípulas ausentes; lígula geralmente ausente.[1]

Flores[editar | editar código-fonte]

São organizadas em inflorescências com complexo arranjo de pequenas espigas, chamadas espiguetas, frequentemente subtendidas por brácteas. As flores de Cyperaceae são bissexuais ou unissexuais, cada uma subtentida por uma bráctea. Tépalas estão ausentes ou reduzidas a 3-6 escamas, aristas ou pelos.  São flores não chamativas, sem atração visual, actinomorfas, geralmente aclamídeas e raramente monoclamídeas ou diclamídeas homoclamídeas; androceu geralmente com 1-3 estames, raramente 1 ou 2, anteras rimosas, nectários ausentes; gineceu geralmente gamocarpelar, ovário súpero com placentação basal.[1]

Frutos[editar | editar código-fonte]

O Fruto das Cyperaceas são do tipo aquênio, caráter de extrema importância na identificação de espécies. A dispersão dos frutos é efetuada pela água devido à parede do fruto possuir consistência corticosa. As Sementes geralmente possuem amido.[1]

Diversidade taxonômica[editar | editar código-fonte]

Cyperaceae apresenta alta diversidade, incluindo cerca de 5000 espécies e 104 gêneros distribuídos em duas subfamílias e dez tribos .[1] As subfamílias foram divididas de acordo com dados de estudos filogenéticos moleculares, são elas: Cyperoideae e Mapanoideae. Além dos dados moleculares o que suporta a divisão das subfamílias é também a morfologia do grão de pólen. Na subfamília Cyperoideae o pólen apresenta formato triangular ou piriforme, já a subfamília Mapanoideae apresentam pólen com formato esférico.[2]

Ocorrência[editar | editar código-fonte]

Cyperaceae é uma família cosmopolita com grande número de espécies, encontradas frequentemente, mas não exclusivamente, associadas às formações vegetais mal drenadas, como brejos, pântanos, charcos e margens de rios e corpos d’água.[1]

Ocorrência no Brasil[editar | editar código-fonte]

No Brasil, ocorrem 678 espécies de Cyperaceae, distribuídas em 42 gêneros, onde Rhynchospora Vahl e Cyperus L. são os mais representativos em números de espécies, sendo encontradas no estado do Maranhão, 43 espécies em 19 gêneros. Estes valores correspondem cerca de 15% do total de espécies e 40% do total de gêneros da família ocorrentes no mundo. As duas subfamílias de Cyperaceae estão representadas no Brasil, sendo que Cyperoideae é a mais diversa em termos genéricos e específicos.[3]

Relações filogenéticas[editar | editar código-fonte]

A grande variedade das sinflorescências dentro da família dificulta a identificação de homologias e, consequentemente, dificulta às interpretações evolutivas. Estudos filogenéticos moleculares recentes esclareceram relações infra-familiares em Cyperaceae, mas a amostragem das tribos é irregular e algumas relações mais rasas apresentaram baixo suporte.[4] A família aparentemente é monofilética, as tribos apresentam grupos que aparecem tanto nas análises cladísticas quanto morfológicas, embora somente 4 das 10 apresentem sinapomorfias claras. As relações filogenéticas também tem sido estudadas por meio de sequencias de rbcL.[1]

Importância econômica[editar | editar código-fonte]

Essas plantas são apropriadas para composições de paisagismo junto à margem de espelhos d’água e lagos, formando conjuntos isolados ou maciços, a pleno sol, em solos mantidos sempre úmidos. O gênero Cyperus, é utilizado com mais freqüência como planta ornamental, além disso, a espécie Cyperus papurus era utilizado pelos antigos egípcios para fazer papel. Outra espécie, a Cyperus rotundus é uma praga agrícola.[1]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Cyperaceae foi incluída por CRONQUIST (1988), junto à Poaceae na ordem Cyperales. Porém, estudos filogenéticos com dados moleculares, revelaram uma maior afinidade de Cyperaceae com a família Juncaceae, estando posicionada na ordem Poales

Cunoniaceae


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCunoniaceae
Ocorrência: Santonianorecente[1] (Possível representante do Albiano)
O
S
D
C
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T
J
K
N
Erro de expressão: Operador < inesperadoErro de expressão: Operador < inesperado
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Oxalidales
Família:Cunoniaceae
R.Br.[2]
Géneros
Ver texto.
Sinónimos[3]
Frutos caulinares de Davidsonia jerseyaqna, uma espécie cauliflor.
Flores de Eucryphia glutinosa.
Cunoniaceae é uma família de plantas com flor, pertencente à ordem Oxalidales, que agrupa 27 géneros e cerca de 300 espécies[4] de plantas lenhosas nativas das regiões tropicais e temperadas húmidas do Hemisfério Sul. A distribuição natural de alguns géneros é fortemente disjunta, como Cunonia que ocorre na Nova Caledónia e na África do Sul, distribuição considerada relíquia da época aquelas massas continentais estiveram unidas no supercontinente Gondwana.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A família Cunoniaceae inclui árvoresarbustoslianas, maioritariamente plantas perenifólias, mas com muitas espécies caducifólias. As folhas são de filotaxia oposta ou espiralada, raramente alterna (apenas em Davidsonia), simples ou compostas (pinadas ou palmadas), com margem inteira ou dentada, frequentemente com estípulas conspícuas (interpeciolar ou intrapeciolar). As flores apresentam 4-5 (raramente 3 ou mais de 10) sépalas e pétalas. O fruto é usualmente uma cápsula lenhosa ou um folículo, com várias sementes pequenas com endosperma oleoso.

Morfologia[editar | editar código-fonte]

As Cononiaceae são plantas lenhosas: arbustos ou árvores. Muitas espécies são perenifólias (sempre verdes).
As folhas apresentam filotaxia oposta ou espiralada (podendo neste caso ser verticilada). A morfologia da folha caracteriza-se pela existência de pecíolo e lâmina foliar bem diferenciados, com as lâminas coreáceas geralmente compostas, raramente simples, por vezes com três folíolos, na maior parte pinadas não pareadas. As margens das folhas são geralmente serrilhadas. As estípulas foliares estão sempre presentes. Quando as folhas são verticiladas, as estípulas das folhas adjacentes são fundidos numa única entidade, aplicando-se neste caso a designação de «estípula interpeciolar».
As flores ocorrem isoladamente ou em tipos completamente diferentes de inflorescênciassimpódiospanículas ou capítulos. A espécie Davidsonia jerseyaqna, entre outras, é cauliflor.
A maior parte das flores são actinomorfa (com simetria radialhermafroditas, raramente unissexuais. Quando as flores são unissexuais, então as espécies podem ser dióicas (como no género Spiraeanthemum), androdioicas, ginodioicas ou poligamomonoicas (subdioicas). As brácteas florais podem estar divididos em sépalas e pétalas distintas ou apenas existirem tépalas petaloides. Em geral existem (3-)4-5(-10) sépalas presentes, livres ou fundidos na base. Se houver pétalas, existem 3-4, raramente 5-10, livres ou fundidas na base. Existem um ou dois verticilos de estames, com quatro ou cinco estames livres, raramente existem de 11 a 40 estames. Normalmente existem dois, raramente de três a cinco, carpelos, fundidos na maior parte (sincarpia), ligados a um ovário súpero (no género Spiraeanthemum semi-ínfero), embora raramente os carpelos sejam livres (apocarpia), sendo raro o ovário ser também parcialmente ínfero. Existem dois ou três, por vezes até cinco, pistilos livres por flor, correspondentes ao número de carpelos.
Nas espécies com carpelos em apocarpo, o fruto é um folículo. Nas outras espécies, os frutos são principalmente cápsulas lenhosas, às vezes drupas ou raramente nozes. As pequenas sementes são aladas ou sem asas, quase sempre com um endosperma rico em óleos.

Distribuição[editar | editar código-fonte]

A distribuição principal é em áreas tropicais entre 13 graus de latitude norte e 35 graus de latitude sul. A maior diversidade de géneros ocorre na Austrália e Tasmânia (15 géneros), Nova Guiné (9 géneros) e Nova Caledónia (7 géneros). A família também está presente na [América Central], América do Sul, nas Caraíbas, na Malásia, nas ilhas do Pacífico Sul, em Madagáscar e nas ilhas vizinhas do Oceano Índico. A família está ausente da Ásia continental, excepto na Península Malaia, e quase ausente na África continental, com excepção de duas espécies na África Austral (Cunonia capensis e Platylophus trifoliatus). Vários géneros apresentam distribuição disjunta com intervalos notáveis, ocorrendo em mais de um continente, por exemplo Cunonia (que ocorre na África Austral e na Nova Caledónia), Eucryphia (na Austrália e América do Sul) e Weinmannia (Américas e ilhas Mascarenhas).
A distribuição disjunta da família, e de alguns dos seus géneros, é atribuída à fragmentação do supercontinente Gondwana. Em consequência desse fenómeno, vários géneros têm uma forte disjunção na sua área de distribuição natural, ocorrendo em diferentes continentes, por exemplo [[Cunonia] na África do Sul e na Nova Caledónia ou Caldcluvia e Eucryphia na Austrália e no sul da América do Sul. A área de distribuição de Caldcluvia estende-se para norte em ambas as regiões, atingindo num caso o Equador e noutro as Filipinas. O género Geissois está distribuído pelas ilhas Fiji no Oceano Pacífico, mas já teve distribuição mais alargada.

Usos[editar | editar código-fonte]

Os frutos de algumas espécies são localmente consumidos frescos. A madeira de algumas espécies é utilizada e comerciada.[5]

Filogenia e sistemática[editar | editar código-fonte]

A família foi descrita em 1814 por Robert Brown e publicada na obra A Voyage to Terra Australis 2: p. 548. 1814.[6] O género tipo é Cunonia L.. O nome genérico Cunonia é uma homenagem ao jurista e mercador alemão Johann Christian Cuno (1708-?).[7]
As espécies das antigas famílias Baueraceae Lindl.Davidsoniaceae G.G.J.Bange e Eucryphiaceae Gay estão presentemente incluídas na família Cunoniaceae. Outros sinónimos taxonómicos para Cunoniaceae são: Belangeraceae J.AgardhCallicomaceae J.Agardh e Codiaceae Tiegh.[8]

Filogenia[editar | editar código-fonte]

A posição da família Cunoniaceae no contexto da filogenia da ordem Oxalidales, conforme determinada pelo Angiosperm Phylogeny Group, é a seguinte:



 Oxalidales 


























A família possui um rico registo fóssil na Austrália e representantes fósseis são conhecidos no Hemisfério Norte.[9] A espécie fóssil Platydiscus peltatus foi encontrada em rochas do Cretáceo Superior da Suécia e é provavelmente um membro da família Cunoniaceae.[10] Um membro fóssil possivelmente mais antigo esta datado do Albiano. O género fóssil Tropidogyne, encontrada em âmbar da Indochina, tem flores que se assemelham fortemente à do género extante Ceratopetalum.[11]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Inflorescência e folhas de Pullea stutzeri.
Troco cortado de Schizomeria ovata.
Ramos com frutos de Weinmannia trichosperma.
As famílias BaueraceaeDavidsoniaceaeEucryphiaceae, previamente vistas como distintas, estão agora incluídas nas Cunoniaceae. Na sua presente circunscrição taxonómica, a família Cunoniaceae integra (16 a 27) cerca de 23 géneros[8] com entre 280 e 350 espécies:

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