Aizoaceae | |||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||
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Gêneros | |||||||||||
Com distribuição predominantemente tropical, a família Aizoaceae pertencente à ordem Caryophyllales possui cerca de 2500 espécies, distribuídas em 130 gêneros. No Brasil, ocorrem cerca de 3 gêneros e 3 espécies, sendo uma de cada gênero.
Trata-se de ervas suculentas, com adaptações para sobreviver a ambientes áridos e semiáridos, como por exemplo, a utilização da via metabólica CAM.
Possuem grande valor ornamental, como por exemplo, a famosa “planta pedra” que possui coloração e aparência que nem pedregulhos. Além da “rosinha-de-sol” e o “cacto-margarida”.
Etimologia[editar | editar código-fonte]
A nomeação Aizoaceae (do Latim sempre viva), reflete a capacidades do membros de manter a cobertura vegetal verde e carnuda mesmo habitando os ambientes mais secos e severos.
Descrição[editar | editar código-fonte]
Trata-se de pequenas ervas, mais ou menos carnosas, suculentas.
Folhas[editar | editar código-fonte]
Folhas simples, opostas ou alternas, sem estípulas (raramente com).
Flores[editar | editar código-fonte]
Possuem flores bissexuais, frequentemente vistosas, inflorescência cimosa, actinomorfas, monoclamídeas (porém, pela presença de brácteas formando um cálice, podem ser confundida por diclamídeas), com cálice (3-5-8 sépalas) geralmente gamossépalo tubuloso; prefloração imbricada ou valvar; com pétalas dispostas em uma ou mais séries; estames livres ou concrescidos entre si, com número igual ou menor do número das sépalas, frequentemente petaloides; geralmente com disco nectarífero; ovário súpero ou ínfero, com número de lóculos variantes entre 1 a 5, placentação axial, com um ou mais óvulos.
Frutos[editar | editar código-fonte]
Fruto do tipo cápsula circuncisa, menos frequente drupa, com semente pêndula, embrião periférico e perisperma farinhoso.
Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]
Formada por cerca de 130 gêneros e, aproximadamente 2500 espécies, a família Aizoaceae possui uma distribuição predominantemente tropical, com boa parte de sua abundância e diversidade na África do Sul e Austrália. Divide-se em quatro subfamílias, Aizooideae, Mesembryanthemoideae, Sesuvioideae e Ruschioideae.
Brasil[editar | editar código-fonte]
No Brasil, há pouca representação da família Aizoaceae, ocorrendo apenas 3 gêneros e 3 espécies, uma de cada gênero. Os gêneros Sesuvium e Trianthema são nativos, ocorrendo nas dunas litorâneas e nas caatingas no Nordeste, respectivamente. Os gêneros, Aptenia, Lampranthus, Lithops, Mesembryanthemum e Tetragonia foram introduzidos.
No Rio Grande do Norte, ocorrem dois dos gêneros, o Sesuvium L. e o Trianthema L. abrangendo duas espécies, respectivamente, a Sesuvium portulacastrum, e a Trianthema portulacastrum.
Portugal[editar | editar código-fonte]
Em Portugal a família é representada por 10 géneros: Aizoon, Aptenia, Carpobrotus, Disphyma, Dorotheanthus, Drosanthemum, Lampranthus, Mesembryanthemum, Sesuvium e Tetragonia.
Em termos de espécies ocorrem 16 espécies:
- Aizoon canariense
- Aizoon hispanicum
- Aptenia cordifolia
- Carpobrotus acinaciformis
- Carpobrotus edulis
- Disphyma crassifolium
- Dorotheanthus gramineus
- Drosanthemum candens
- Drosanthemum floribundum
- Lampranthus falciformis
- Lampranthus glaucus
- Lampranthus multiradiatus
- Mesembryanthemum crystallinum
- Mesembryanthemum nodiflorum
- Sesuvium portulacastrum
- Tetragonia tetragonoides[1]
Adaptações/Caracteres evolutivos[editar | editar código-fonte]
Boa parte das plantas pertencentes a essa família são xerófitas, concentrando-se em áreas áridas e semiáridas, outras são halófitas, se adequando bem ao ambiente salino. As adaptações desenvolvidas para sobrevivência a essas áreas secas são, utilização da via metabólica CAM, uma área foliar reduzida para evitar a perda de água por transpiração, além de muitas espécies deterem cristais de cálcio na epiderme, para se protegerem da insolação.
Muitas vezes, a planta pode ser resumida a um par de folhas anuais opostas que podem se condensar, obtendo assim, uma forma esférica (promovendo uma área de superfície mínima em relação ao volume) reforçando a sua resistência à dessecação. Seus tecidos internos também são diferenciados, apresentando células aquosas, ricas em açúcares, característico das plantas suculentas.
Reprodução[editar | editar código-fonte]
As flores da família Aizoaceae, em geral, são polinizadas por insetos durante o dia, pois as flores necessitam da luz solar para poderem abrir e voltar a fechar-se (antese).
Predominam-se as flores melitófilas, ou seja, flores polinizadas por abelhas, com grandes recompensas de néctar e pólen. Há também as flores polinizadas por borboletas (flores psicófilas) e outras pelo vento (polinização anemófila). Raramente existe a cleistogamia, ou seja, raramente há autofecundação.
Importância Econômica[editar | editar código-fonte]
A família Aizoaceae compõe-se por plantas de formas estranhas, porém bastante decorativas, um exemplo é a curiosa planta denominada “planta-pedra” (Lithops spp) que possui apenas um par de folhas suculentas, com coloração e aparência parecidas com pedregulhos.
Porém, as que mais se destacam na ornamentação são, a “rosinha-de-sol” (Aptenia cordifolia), planta suculenta, rústica, originária da África do Sul, de hábito reptante, com folhagem bastante decorativa. Possui alto potencial ornamental, tanto pela sua folhagem como pela floração, sendo utilizada em jardins rochosos, e em espaços suspensos nas jardineiras e vasos.
Outra que se destaca é o “cacto-margarida” (Lampranthus productus), bastante suculenta e ereta, com flores na cor rósea, bastantes vistosas, que também são originárias da África do Sul, podendo ser utilizada na forração de canteiros, sendo ideal também para jardineiras e vasos. A Tetragonia tetragonoides, ocorre como espécie invasora, ou sendo cultivada como planta alimentícia, conhecida popularmente por “espinafre da Nova- Zelândia”.
Conservação[editar | editar código-fonte]
Segundo a IUCN, a espécie Antimima eendornensis nativa da Namibia, apesar de ser uma espécie que ocupa uma faixa de área restrita, sua abundância está decrescendo em consequência da coleta e pela agricultura, que pode ser também uma ameaça em potencial. A espécie Delosperma gautengense encontra-se ameaçada por ação de colecionadores, perda de habitat, fragmentação, urbanização, espécies invasoras, por frequentes incêndios e erosão. Uma subpopulação ocorre dentro de Magaliesburg (África do Sul) e está protegida, segundo a Lei de Conservação Ambiental 1989, Seção 16.
Delosperma macellum nativa da África do Sul, encontra-se ameaçada pela transformação e fragmentação do habitat devido à urbanização e agricultura, além de ser uma espécie de interesse para colecionadores.