Foenicolum vulgare
De sabor e aroma agradáveis, a tisana de funcho é uma bebida reconfortante e muito benéfica para o sistema digestivo. Para as crianças, alivia cólicas, gases e dilatação do abdômen.
Descrição: Da família das Umbelíferas. Erva vivaz ou bienal que chega a atingir até 2 metros de altura, com caule estriado, de onde saem os ramos.
As folhas se desenvolvem na base da planta e apresentam bainhas muito entumecidas e largas, que se desenvolvem formando uma espécie de bulbo que é comestível. Apresenta na extremidade inúmeros recortes e forma fios alongados de coloração verde-amarela.
As flores, de cor amarelo-esverdeadas, reúnem-se em buquês no formato de umbelas, com um número variável de hastas florais. Produz pequenos frutos alongados, quase cilíndricos, permeados de minúsculos tubos que contêm óleo essencial, de cor amarelo esverdeado, muito aromático.
A raiz é fusiforme, da grossura de um dedo e deve ser coletada na primavera, logo no primeira ano, quando ainda não estão fibrosas. Vegeta bem em diversos climas, mas prefere os temperados, em locais bem iluminados e com luz solar direta.
Não resiste em locais com geadas muito fortes. Para que as bainhas das folhas se desenvolvam formando a cabeça comestível, junta-se terra em volta da planta.
Os frutos são colhidos quase secos e retirados dos buquês pro meio de debulha. As cabeças são retiradas depois de atingirem o desenvolvimento adequado, mais ainda tenras.
No Brasil, a variedade mais conhecida é a dulce, de sabor adocicado, cujas folhas cabeças são consumidas cruas, cozidas ou em saladas, e é encontrada em hortas e fundos de quintal.
Parte utilizada: Sementes.
Origem: Regiões próximas ao Mediterrâneo. (CAVALCANTE,143)
História: A erva já era conhecida pelas civilizações da China, Índia, Egito e Grécia, e Plínio a recomendava para melhorar a visão: O nome deriva do Latim - "feno perfumado."
A erva-doce teve uma grande demanda durante a Idade Média como condimento dos abastados e supressor do apetite dos pobres. Foi introduzida nas Américas por padres espanhóis e pelos ingleses na Virgínia.
Os usos medicinais populares incluem seu uso como um possível antídoto para venenos encontrados em ervas, cogumelos e mordidas de cobras venenosas. Seu uso também é encontrado para o tratamento da gastroenterite, indigestão, para estimular o fluxo do leite materno, como um expectorante e um emenagogo.
O chá feito de sementes de erva-doce esmagadas foi usado como solução para lavar os olhos. A erva-doce pulverizada é dita manter as pulgas longe dos canis e estábulos.
Modo de Conservar: As folhas devem ser consumidas frescas, os frutos e as raízes devem ser secos ao ar livre, longe da umidade. Guardar em sacos de papel, pano ou em vidros bem tampados
Indicações
Indigestão, gases, dilatação do abdômen, cólicas - De sabor agradável, o funcho é um remédio popular para problemas do tubo digestivo alto. Alivia cólicas e inchaço abdominal, elimina gases retidos e melhora o apetite. A tisana diluída pode ser dada a crianças pequenas para aliviar cólicas e dores da dentição e também reduzir a insaciedade.
Garganta inflamada, tosse, catarro - A tisana de funcho é um gargarejo eficaz, que acalma as membranas mucosas e alivia a tosse.
Benefícios hormonais - Aumenta a produção de leite nas lactantes e pode ser tomado para iniciar ou preservar o fluxo de leite. Tomado durante alguns meses, pode ajudar a regularizar o ciclo menstrual e a reduzir as dores menstruais. As sementes têm fama de ajudar a perder peso e podem ser incluídas na alimentação.
Uso pediátrico: As mesmas indicações possíveis.
Uso na gestação e na lactação: A erva-doce não deve ser usada durante a gravidez, tem um efeito emenagogo conhecido: E galactagoga. Contraindicações: Não há relatos
Princípios ativos: Óleos essenciais (variedades doces e amargas): trans anetol, fencono, limoneno, cânfora, a-pineno e compostos voláteis adicionais menores: Sementes: óleo essencial e óleo fixo: ácido petroselínico, ácido oleico e de tocoferóis: A variedade doce contém derivados do ácido cafeico e do ácido hidroxibenzóico: Sementes e folhas: Flavonoides: quercetina-3-glucuronido isoquercetina, kaempferol-3-glucuronldeo e kaempferol-3-a rabinosídeo. ósideos de isoramnetina.
Modo de Usar :
Alimentação: Lave muito bem a base do pecíolo das folhas mais tenras, corte em tiras pequenas e coma antes das principais refeições, na forma de salada, de preferência sem tempero, acrescentando somente algumas gotas de limão.
Atonia gástrica e intestinal; espasmos; dispepsia putrefativa; dor de cabeças; gastralgia nervosa: em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de sobremesa de frutos e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 1 xícara de chá, nas principais refeições.
Digestivo: coloque 1 colheres de sopa do fruto em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por 8 dias, agitando de vez em quando e coe. Tome 1 cálice, antes das principais refeições.
Diurético: coloque 1 colher de chá do pó da raiz em 1 xícara de chá de água em fervura. Desligue o fogo, espere amornar e coe. Tome 1 xícara de chá, 3 vezes ao dia.
Posologia: 5g de sementes secas ou 7g de sementes frescas (1 colher de sopa para cada xícara de água) em decoto ou infuso em uso interno para todas as indicações. Óleo: de 0,1 a O,6ml em uso interno. Todas as partes da planta são usadas para dar sabor a alimentos. e os caules são consumidos como verdura.
A erva-doce, especialmente seu óleo essencial. tem sido usada para dar sabor a balas, licores, medicamentos e alimentos, pães, conservas e peixes. O óleo pode ser usado para proteger frutas e verduras armazenadas contra infecções por fungos patogênicos.
Precauções: Um exame de amostras de erva-doce na Itália encontrou as bactérias aeróbicas variáveis, incluindo coliformes, estreptococcus fecais e espécie de Salmonelas. Sugerindo que a planta pode servir como um vetor de doenças gastrintestinais infecciosas
Efeitos colaterais: A ingestão do óleo volátil pode induzir a náusea, vômito, convulsões e edema pulmonar: Os efeitos mais comuns são a dermatite de contato e a fotodermatite (PIVA,126).
Alguns indivíduos exibem a reatividade cruzada a diversas espécies da Família Apiaceae ou seja síndrome do tempero de artemísia (COAN,102), todas estas plantas pertencem a Família Apiaceae. São raros os casos de reações alérgicas relatadas após a ingestão da erva-doce. Superdosagem: Seu uso terapêutico no Marrocos, ocasionalmente induz a um distúrbio mental epileptitorme e alucinações.
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Farmacologia: Como uma erva medicinal, a erva-doce é renomada por aumentar a secreção do leite, promover a menstruação (emenagogo), facilitar o trabalho de parto aliviar o climatério masculino (andropausa) e aumentar a libido.
Estas supostas propriedades da erva deram origem a pesquisas da erva-doce para o desenvolvimento de compostos estrogênicos sintéticos durante os anos 30. Originalmente, acreditava-se que o componente estrogênico principal da erva-doce era provavelmente o anetol , mas hoje em dia acredita-se que este componente é um polímero do anetol, o dianetol ou o fotoanetolo.
O óleo volátil da erva-doce aumenta a contração física do músculo liso ileal e traqueal em cobaias. O efeito foi geralmente maior no músculo ileal. A administração do óleo volátil aos ratos agravou um dano hepático induzido experimentalmente.
Um extrato (com base de acetona) das sementes de Foeniculurn vulgare mostrou ter efeitos estrogênicos nos órgãos genitais de ratos - machos e fêmeas.
O óleo de erva-doce foi encontrado ser genotóxico no teste de reparo de DNA na bactéria Bacillus subtilis. O estragol, presente no óleo volátil, foi capaz de causar tumores em animais.
Um sério perigo associado com a erva-doce é que a erva pode facilmente ser confundida com a cicuta-maior, uma erva nativa da América do Norte que é muito venenosa. A cicuta-maior contém o alcaloide conina, que é altamente narcótico, e uma pequena quantidade de suco da cicuta-maior pode causar vômito, paralisia e morte.
CAVALCANTE, Rogério., Fitodontologia - Clube dos Autores, 2009.
COAN, Luciana M Pollyanna C Kinupp1,3 & Ary G Silva., Rea ções de hipersensibilidade a temperos usuais na culinária - Natureza on line 6.
PIVA, Maria da Graça., O caminho das plantas medicinais: estudo etnobotânico - Mondrian, 2002.