sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

PARA QUE SERVE O FENO GREGO

Trigonella fenum-graecum

Muito mucilaginoso, acalma e cura tecidos doloridos, inflamados ou ulcerados no aparelho gastrointestinal. Testes clínicos provaram que reduz o nível de gorduras ruins — colesterol, LDL, VLDL e triglicéridos - no sangue. Também melhora o controle dos níveis de açúcar no sangue, é a resposta da insulina nos diabéticos.
Descrição: Planta da família das Leguminosas, também conhecida como Alforfa. Planta anual, ereta cresce até 60cm de altura. Raiz longa, caule vigoroso, redondo e ereto ou inclinante e ramificado.
Folhas pecioladas trifoliadas, folíolos oblongo lanceolados, membranosos e levemente pubescentes. Longas flores solitárias ou em par na axila das folhas, quase sésseis. Corola amarela pálido ou brancas, corola grande, obtusa, redonda.
O fruto e uma vagem longa, fina, pubescente, em formato de espada, com uma ponta longa e curvada, com 4 a 20 sementes achatadas, angulares, dividas em 2 metades por um sulco profundo, amarelo amarronzadas e muito duras quando secas.
Parte utilizada: Sementes maduras e secas.
Habitat: É comum do Mediterrâneo, Índia e China, até a Etiópia e Turquia.
História: Foi usada como condimento na Europa por muitos séculos e ainda hoje é um ingrediente muito popular na Índia e Ásia; Fez parte de uma patente do século XIX, contra dismenorreia e menopausa; Já foi usado como substituinte da insulina; Faz parte das farmacopeias aiurvédica e chinesa.
Propriedades: Laxante e emoliente.
Indicações: Em casos de anemia e inflamações em geral. Aplicada em forma de cataplasma, combate as hemorróidas. Um cataplasma feito do pó das sementes misturado com vinagre de maçã diluído é empregado para aliviar dores provocadas por gota, nevralgia, ciática, gânglios inchados e irritações da pele.
As irritações do estômago e dos intestinos são aliviadas com a ingestão de uma decocção das sementes.
As sementes germinadas do feno grego são uma valiosa contribuição à dieta de diabéticos, podendo ser ingeridas em sanduíches ou sopas. Devido a similaridade que possui com o óleo de fígado de bacalhau, têm sido usado no tratamento de raquitismo.
Problemas gastrointestinais: O efeito umidificante e protetor das sementes é benéfico em inflamações no aparelho digestivo, tais como aftas, gastrite e cólon irritável. Para melhores resultados, demolhe as sementes em água.
Colesterol e açúcar no sangue: Há provas científicas da eficácia do fenacho na redução do colesterol; mas nos testes usaram-se doses grandes (5-100 g por dia) para obter resultados.
As sementes também podem ser usadas diariamente para reduzir os níveis de açúcar nos diabéticos. O fenacho tem constituintes que estimulam a insulina e atrasam a absorção de açúcar.
Uso pediátrico: Não há relatos de contraindicação, e tão pouco de indicações
Uso na gestação e na amamentação: contraindicada na gestação por seus efeitos estimulantes sobre o útero. Há relatos do uso tradicional para facilitar o parto e como estimulante da lactação. Seu comportamento no leite excretado ainda não foi pesquisada.
Princípios Ativos: Ácido malônico, albuminas, carpaína, glicídeosluteonina, oligossacarídeos, proteínas, quercetina, trigogenina. Carboidrato, (principalmente mucilagens galactomananas), prótidos, compostos fosforados (lecitina, fitina), colina, trigonelina, saponosídeos esteroídicos (diosgenina/yamogenina, fenogrequina), fitosteróis (colesterol, sitosterol), flavonoides (vitexina, saponaretina, trigonelina, homoorientina), ácidos graxos insaturados (oleico, linoleico, palmítico), traços de cumarinas, ferro, manganês, vitamina A, niacina, tiamina, riboflavina, traços de óleo essencial rico em anetol .
Contraindicações/cuidados: Gravidez, lactação. Controlar a glicemia de pacientes diabéticos insulinodependentes (pois reduz a absorção de Euglucon). Na medicina tradicional chinesa: rins, dor abdominal ou testicular (que agrava com o frio), dor de hérnia, lombares e edemas nas pernas.
Posologia: Adultos: 5g de sementes/dia para reduzir colesterol e diabetes, em uso interno: Cápsulas: 575 a 625mg 0,5g de sementes maceradas em 1 xícara de água fria por 3 horas, tomadas várias vezes ao dia. 2g de sementes pulverizadas e ingeridas com líquido antes das principais refeições como aperiente. Emplastros de 50g de sementes trituradas em 1 xícara de água aplicadas topicamente em áreas afetadas. Dose máxima daria para uso interno: 6g.
Interação medicamentosa: Pacientes em uso de anticoagulantes como a aspirina, heparina, warfarina, AINEs devem evitar o uso concomitante do feno-grego. - pode haver sangramento anormal, aumento do tempo de protrombina.
Pacientes em uso de insulina e antidiabéticos podem ter a glicemia muito baixa: Em todos estes casos os pacientes deverão ter acompanhamento clínico e monitoramento constante: Como o feno-grego têm um efeito de ligação, pode alterar a absorção de outros medicamentos.
O paciente deve ser orientado a tomar o feno-grego e as doses medicamentosas usuais com um intervalo mínimo de 2 horas; Os níveis de glicose em testes laboratoriais podem estar diminuindo.
Feno Grego
Precauções: Evitar seu uso em pacientes com distúrbios da coagulação sanguínea, hipotensos severos, portadores de doenças do fígado e úlceras pépticas. Em todos esses casos, se for necessário o uso da planta, deverá haver acompanhamento de profissional experiente e de um clínico.
Efeitos colaterais: Quando ingerido em quantidades culinárias, não causa qualquer efeito colateral, a não ser que a pessoa tenha alergia específica a ele ou ao curry: O uso em quantidades terapêuticas pode causar dispepsia e distensão abdominal leve nos primeiros dias, que desaparecem com a continuação do tratamento.
Mais raramente podem ocorrer dermatite de contato e rash cutâneo no uso externo: Odor de Xarope de Bordo na urina (devido à sotolona presente tanto na planta quanto nesta doença) levando a falsos diagnósticos de doença renal, podem ocorrer em crianças que tomam chás com feno-grego ou amamentados por mães que estejam em uso.
Superdosagem: Vide efeitos colaterais. Caso ocorra, tratamento sintomático e monitoramento da glicemia deverão ser instituídos.
Toxicologia: Sem toxidade nas doses recomendadas. Não há caracterização e casos de intoxicação aguda, mas a hipoglicemia certamente ocorrerá. A DLM é acima de 1 g/Kg administrada pentonealmente em cobaias.
Farmacologia: A excreção de ácidos biliares e colesterol é aumentada pelo feno-grego, pela sua reação com as saponinas que formam micelos muito grandes para serem absorvidos pelo trato digestivo. Outra ação suposta é a redução da taxa de síntese hepática de colesterol pela ação da mucilagem fibrosa das sementes. Estudos com animais confirmaram totalmente a ação hipocoles-terolêmica do LHL e aumento do HDL: Estudos clínicos mostraram redução de triglicérides, LDL e colesterol é rico total, e a manutenção da taxa do HDL; As frações fibrosas ricas em galactomanna são responsáveis pela atividade antidiabética das sementes.
Propriedades insulinotrópicas a antidiabéticas também foram associadas aos aminoácidos do feno-grego. Estudos in vitro indicaram que estes aminoácidos estimulam diretamente as células B pancreáticas. A inibição do transporte de glicose também estão associadas a estes mecanismos; Estudos com animais não revelaram mecanismos clínicos de ação anti-inflamatória: Foi concedida uma patente francesa para um produto antitumoral, específico para fibromas, que contém em sua fórmula, entre outras plantas, o feno-grego; O pré-tratamento com feno-grego aumenta a contagem de necrófagos em ratos, e após a inoculação de células tumorais a formação do tumor é inibida: Não há estudos clínicos que suportem esta ação antitumoral em humanos: Os altos índices de flavonoides polifenólicos estão associados à proteção antioxidante de eritrócitos em um estudo in vitro.
Ainda não há dados clínicos para humanos: O extrato aquoso preveniu os danos causados pelo álcool na peroxidação lipídica e enzimas causadoras de hepato toxidade em estudos com animais; As sementes ricas em proteínas prestam-se à alimentação de animais, à produção comercial de diosgenina como precursora da síntese de esteróides e os resíduos ricos em nitrogênio e potássio são usados como fertilizante agrícola: A redução da catarata em ratos diabéticos foi demonstrada e também efeito gastro protetor semelhante ao omeprazol: Por causa do alto conteúdo mucilaginoso de suas sementes, é efetivo como emoliente, auxiliando tanto nas constipações quanto nas diarreia
Modo de usar:
- infusão ou decocção de 0,5 g a 5 g de pó das sementes para 1/4 de litro de água, a tomar duas ou três vezes durante o dia. (O odor e gosto desagradáveis podem ser diminuídos pela adição de essência de hortelã ou de laranja).
- sementes moídas (diluídas em leite) em cataplasmas quentes: equimoses, inchaços e úlceras.
- decocção para uso interno: ferver 10 a 15 minutos uma colher de sopa de sementes em 400 ml de água, beber de manhã em jejum. Tomar de forma descontínua (semana alternadas).
- decocção para uso externo: aplicar em forma de compressas, colutórios, gargarejos, lavagens ou irrigações vaginais.

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