Marolo/Araticum/Panã
Marolo/Araticum/Panã | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Annona crassiflora |
Araticum (Panã) é um fruto nativo do Cerrado.[1]. Também é conhecido por marolo, Pinha,mamão ou bruto. Araticum é nome dado a diversas espécies da família Annonaceae, mesma da fruta-do-conde (Annona squamosa), conhecida também como ata ou pinha, dependendo da região.
O maroleiro é uma árvore de 2,5 a 3,5 m de altura, com o diâmetro da copa chegando a 2–4 m, da família das anonáceas, que ocorre, de forma descontínua, no cerrado brasileiro. A planta tem preferência por regiões de cerrado com menor déficit de umidade, em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, pequena parte do interior de São Paulo e em partes isoladas de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e leste da Bahia. Mas é em Minas Gerais que o fruto é típico e muito apreciado.
Possui sistema radicular do tipo axial que atinge grandes profundidades no solo, para absorver água e nutrientes. O seu tronco é reto com galhos tortuosos, a casca é corticosa, fendida e grossa.
Possui folhas ovadas, coriáceas, flores verde-amarelas que ocorrem entre novembro e janeiro, com polinização entomófila, mais especificamente pelo besouro ciclocéfalo (Cyclocephala atricapilla). Os frutos são infrutescências bacáceas múltiplas, grandes (até 4,5 kg), comestíveis, de casca verde-amarronzada, quando maduros, com sementes também tidas como antidiarréicas.
Seus frutos alcançam mais de 15 cm de diâmetro e 2 kg de peso, contendo muitas sementes com cerca de 1,5 cm de comprimento. Quando aberto, o fruto oferece uma polpa cremosa de odor e sabor bem fortes e característicos que difere grandemente da fruta-do-conde, é considerada uma iguaria da região do cerrado, vendido em feiras livres ou consumido ao natural ou na forma de batidas, bolos, biscoitos e bolachas, picolés, sorvetes, geléias e diversos doces.A frutificação inicia-se em novembro e a maturação entre fevereiro e abril, donde estar, em Minas Gerais, popularmente associado ao período da Quaresma.Quando está maduro, o fruto cai no solo, sob a projeção da copa, exalando um forte e característico cheiro. Estes são os de melhor qualidade para o consumo, pois os colhidos diretamente da árvore ou não amadurecerão ou apresentarão sabor inferior.
Esta fruta ocorre em cerrados e cerradões, ao longo de todo o bioma Cerrado. “O quanto em toda vereda em que se baixava, a gente saudava o buritizal e se bebia estável. Assim que a matlotagem desmereceu em acabar, mesmo fome não curtimos, por um bem: se caçou boi. A mais, ainda tinha araticum maduro no cerrado.” Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas, pg. 372. ebook p527.
A destruição do Cerrado e diminuição das espécies[editar | editar código-fonte]
O crescente desmatamento do cerrado e a germinação demorada das sementes, que pode atingir até trezentos dias, têm contribuído muito para a diminuição radical dos maroleiros em Minas Gerais. É notável o trabalho de pesquisa científica e cultivo desenvolvido pelo Doutor João Afonso de Carvalho, professor da Escola Agrotécnica Federal de Machado, no sul de Minas para preservar os maroleiros daquela região. As localidades que concentram maior número de árvores da espécie são Carvalhópolis e Paraguaçu.
Dormência[editar | editar código-fonte]
A dormência das sementes de araticum não está relacionada ao tegumento, mas a problemas endógenos. Sua imersão por quatro dias em ácido giberélico nas concentrações de 250 a 2000 mg/L por quatro dias ou 1000 a 2000 mg/L por dois dias foram igualmente eficazes para quebrar a dormência. A escarificação mecânica do tegumento favorece a absorção do GA34 e, consequentemente a germinação das sementes e emergência das plântulas, mas não quebra a dormência "per se". O choque térmico em água quente e a embebição prévia das sementes em água natural tambêm não promovem a quebra da dormência.[2]
Sinônimos[editar | editar código-fonte]
O marolo também é conhecido por araticum cortiça, araticum do cerrado, bruto e no interior de Minas Gerais é também conhecido carinhosamente por: cabeça de nêgo.
Marolo de Moita[editar | editar código-fonte]
O “Marolo de Moita” (Annona dioica) foi descrita por Saint-Hilaire[3]. Trata-se de uma variedade de marolo que cresce nos cerrados brasileiros, sendo muito resistente a seca, podendo ser cultivada a pleno sol e em qualquer pequeno espaço . É rara, rústica e não necessita cuidados especiais. A planta adulta tem cerca de 50 cm de altura. Os frutos tem tamanho grande, polpa clara e sabor doce. É muito consumida ao natural e é também utilizada para fazer sorvetes, doces e licores.